terça-feira, 18 de agosto de 2009

Certificação Energética de Edifícios Vs Taxas de Recursos Hídricos


Impressiona só os mais atentos, ao que parece. Em plena Crise, os cidadãos engolem mais um valente sapo (verdinho e tudo! Tanto quanto os sapos são verdes...)em forma de imposto, mas embrulhado num conveniente Certificado de Eficiência Energética de Edifícios. Basicamente trata-se do seguinte:
os cidadãos têm vindo a comprar um bem essencial que pouco mais é que um monte de tijolos, algo pacífico e que atesta o grau de exigência e capacidade de se pronunciar. E como uma coisa leva à outra, viu-se margem de progressão ao abuso, e sem surpresa, aparece mais do mesmo em versão cada vez mais gravosa - agora, iremos pagar para alguém passar a papel, não a forma de sermos indemnizados pelo engano, não a via para o Estado reaver junto dos autores (não infractores porque lei não existia!), responsável que é por omissão, mas para ficarmos a conhecer com algum rigor (não muito, que há muitas vistorias a fazer e os ensaios técnicos são caros...) que vivemos numa barraca! E pagar por esses parágrafos no mínimo uns 400 euritos!
Grande negócio! Porque é que não fui para engenheiro... Ganhava na construção e depois ainda no diagnóstico da doença... Ainda dizem que os lobbies estão à vista... Concordo! Mais seria difícil.
É que para estas vistorias os cursos de formação admitiam apenas engenheiros & arquitectos.
Nem mais! Eles lá sabem porquê! Outros técnicos teriam mais dificuldade em descobrir os pontos fracos...
Quanto aos portugueses... Nem piaram!
Difícil de entender mesmo é porque, se queriam assim tanto criar esta oportunidade de mercado, não são os responsáveis a pagar ou até, quem vai comprar?! No limite, uma repartição dos custos.

!Não temos sequer, a maioria de nós, casa para "cumprir" regras básicas medicamentosas, mas pagámos para tê-la! E continuamos a pagar! E a NÃO ter..!

Nota positiva para o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, que tem vindo a mostrar-se bastante crítico, considerando inúteis estes expedientes bem como a necessidade da sua renovação periódica ao fim de alguns anos.

Em relação à água subterrânea, e sendo certo que não há acompanhamento técnico ao utilizador, nem nada é dado em troca ( mas que também não seria um Certificado) das taxas de recursos hídrico, - o que se justificaria com toda a propriedade e daria emprego a geólogos, contribuindo para uma efectiva Gestão Integrada de Recursos Hídricos pela aplicação de Boas Práticas Ambientais, que é coisa que não interessa-, convém perceber que algo haverá a pagar por um bem ainda mais essencial e cada vez mais escasso, e sobre o qual se faz o que quer na prática.

Por cá interessa deixar acontecer o mal - exaustão de mananciais e contaminação neste caso - que depois a solução aparece e passa por vender-se água ao preço da gasolina... As dessalinizadoras já rondam por aí...

Reacções diferentes revelam, mais que pesos e medidas diferentes, a real dimensão da ignorância de um povo, furo e manancial que quem Decide continua a saber bem explorar, sem mostras de se esgotar tão cedo!

Para os mais cépticos atentem que, em certas zonas do país os furos ultrapassam já os 200m e sem água, ou ela não apresenta já qualidade suficiente para consumo, como no Algarve e em tantos outros locais.

2 comentários:

  1. Se quiser arrendar ou vender a sua casa vai perceber melhor: paga um relatório que lhe diz basicamente o que uma casa da especialidade lhe recomendaria de modo a melhorar o desempenho energético da sua casa...
    No limite, se queriam assim tanto um novo "mercado" porque não paga quem questiona da qualidade e vai comprar?! Isso está mais de acordo com o mercado mas não! Quiseram assegurar o rendimento...

    Por outro lado, no domínio hídrico em que os cidadãos retiram a água que querem (a que ainda vai havendo depois da pilhagem) e têm tantos furos e poços ilegais já se reclama...

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